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Dólar cai com ação do BC, enquanto Ibovespa desacelera

Depois de terminar a semana passada com a maior queda percentual em cerca de dez anos, o dólar estende a baixa para esta segunda-feira (11), sob o peso de mais uma atuação do Banco Central.

 

Na mínima do dia, a cotação foi a R$ 3,6732, menor nível em duas semanas. Por volta das 14h20, cedia 0,18%, a R$ 3,7007. O dólar para julho recuava 0,59%, para R$ 3,696.

O BC não havia programado oferta líquida de contratos de swap cambial para esta segunda. Mas pouco após a abertura dos negócios hoje, anunciou um leilão de até 50 mil contratos (US$ 2,5 bilhões), que foram todos vendidos.

Desde que retomou as vendas líquidas de contratos de swap, em meados de maio, o BC já injetou no mercado um total de US$ 20,367 bilhões.

Juros

O mercado de juros volta a ter uma sessão de alívio nesta segunda-feira, a despeito da instabilidade no começo do dia. A nova queda do dólar sob a intervenção do BC e a atuação do Tesouro Nacional na renda fixa abrem espaço para o recuo das taxas, principalmente nos extremos da curva de juros.

"[A alta de juros na próxima reunião do Copom] não me parece o cenário mais provável. O hiato do produto continua aberto, as revisões de crescimento para baixo continuam acontecendo e a expectativa de PIB começa a ir para 1,5% a 2%. Isso tudo faz com que a pressão sobre os núcleos de inflação continue baixa", diz Renato Botto, gestor da Absolute Investimentos.

Na divulgação do boletim Focus desta semana, a mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2018 subiu de 3,65% para 3,82%, segundo o Focus. Para 12 meses, o número sai de 4,38% para 4,49% e para o ano que vem, de 4,01% para 4,07%.

Para o economista João Fernandes, da Quantitas, ainda há o risco de um aperto monetário mais duro daqui para frente, mesmo que não aconteça tão cedo. Até por isso, as taxas de médio prazo dos DIs têm um alívio mais contido nesta segunda-feira. A projeção da Quantitas para Selic foi alterada recentemente. Agora, a leitura é de que a Selic começa a subir em março do ano que vem e bate seu pico em torno de 9,75% em dezembro de 2019.

Por volta das 13h40, o DI janeiro/2019 cai a 7,100% (7,340% no ajuste anterior); DI janeiro/2020 recua a 8,520% (8,710% no ajuste anterior); DI janeiro/2021 baixa a 9,550% (9,580% no ajuste anterior); DI janeiro/2023 cede a 10,990% (11,070% no ajuste anterior); DI janeiro/2025 recua a 11,640% (11,780% no ajuste anterior); DI janeiro/2027 tem queda a 11,990% (12,140% no ajuste anterior).

Bolsa

O alívio nas tensões eleitorais não foi suficiente para manter o Ibovespa em alta por muito tempo. Após iniciar o dia no campo positivo e chegar a subir mais de 1%, o índice perdeu força e agora opera em queda, com os investidores ainda receosos quanto ao cenário político do país.

Por volta de 13h40, o Ibovespa recuava 0,55%, aos 72.541 pontos, após atingir os 73.716 pontos (+1,06%). O giro financeiro soma R$ 3 bilhões até o momento, o que dá indícios de menor intensidade no volume de negociações em relação à semana passada: caso esse ritmo seja mantido, o índice terminará a sessão com pouco menos de R$ 7 bilhões movimentados.

As blue chips perderam força após a primeira hora de pregão, o que ajuda a explicar o movimento do Ibovespa. Petrobras PN (-0,13%) virou para o campo negativo, assim como os bancos Itaú Unibanco PN (-1,73%) eBradesco PN (-0,91%).

Para Christian Laubenheimer, gestor da Platinum Investimentos, o clima no mercado é menos pesado que o visto na semana passada, mas os investidores seguem receosos. "Não dá para ter certeza, mas me parece que boa parte do movimento de stop nos mercados já foi", diz.

Ele ressalta que apesar das leituras positivas da pesquisa Datafolha -- o levantamento não mostrou uma disparada de Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno -- , o alto índice de votos brancos, nulos e indecisos ainda representa uma incerteza relevante ao panorama eleitoral.

"Muita gente acha que tem papéis baratos, mas está com o pé atrás com a eleição", diz. Laubenheimer ainda lembra que o mercado está pessimista em relação ao atual governo e às dificuldades relacionadas ao tabelamento do frete rodoviário. "Ainda tem muito ruído afastando o investidor de olhar os fundamentos".

Do ponto de vista setorial, o segmento de varejo online e de produtos eletrônicos se recupera hoje, com destaque para as units da Via Varejo (+4,92%) e B2W ON (+3,25%). O alívio no dólar e a percepção de que os juros permanecerão em níveis baixos faz com que a perspectiva de consumo interno melhore, o que impulsiona tais papéis.

Na ponta negativa, destaque para CVC ON (-6,27%) e Localiza ON (-4%), que continuam apresentando desempenho negativo e parecem mais sensíveis às perspectivas menos positivas da economia.
Valor

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