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Após reunião do PT com Ricardo, apoio do PSB a Ciro diminui e partido pode liberar governadores

A vantagem que o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, tinha para ganhar a queda de braço com o PT pelo apoio do PSB está refluindo e o partido, tido como decisivo para alavancar as candidaturas das duas legendas, caminha para liberar os estados e adotar oficialmente a neutralidade na disputa presidencial.

 

Depois de uma consulta informal aos dirigentes estaduais, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, teve mais uma rodada de negociações nesta quarta-feira com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, mas, segundo interlocutores dos dois dirigentes, não houve avanços. Se a decisão for pela neutralidade, será a primeira vez na história do PSB.

— Todo mundo sabe que eu tenho a mesma posição do Siqueira, que seria um erro a neutralidade, mas as circunstâncias podem nos levar a liberar para que cada estado faça a aliança mais conveniente. Estamos sendo atropelados pelos prazos e as circunstâncias podem nos levar a decisões que nem sempre são as que desejamos — disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Na Paraíba nesta quinta-feira (13), Gleisi esteve na Paraíba e se reuniu com o governador Ricardo Coutinho em busca de apoio à Lula e espaços para o PT na chapa majoritária. Se os partidos chegaram a um acordo no estado, não foi divulgado, mas o presidente estadual do PT informou que "o encontro foi positivo".

Pela consulta informal feita por Siqueira aos dirigentes do PSB nos estados, os apoiadores de Ciro estão divulgando que ele teria o apoio de 16 diretórios na votação da Executiva nacional que irá definir a posição do PSB, agora em julho. Mas os defensores do apoio ao PT lembram que, na distribuição geopolítica dos diretórios teriam mais peso os delegados do Norte e Nordeste, que atuam para isolar o candidato do PDT. O presidente Carlos Siqueira, e o vice-presidente, o governador Paulo Câmara, são de Pernambuco, o segundo diretório com mais peso na Executiva.

Aliados de Paulo Câmara, uma das vozes mais fortes em defesa da aliança com o PT, dizem que ele já fez todos os gestos possíveis para um acordo com a pré-candidata petista ao governo de Pernambuco, Marília Arraes. A direção do PT usa a situação em Pernambuco para pressionar por uma aliança nacional com o PSB: a neta de Arraes só retira a candidatura e sai da disputa com Câmara se o partido optar pelo apoio a Lula ou o candidato que ele indicar.

— Não tem esse estresse, não. Temos estratégia para ambos cenários. Paulo gostaria de ter unidade da centro-esquerda, mas se não for possível, paciência. Ele já fez todos os gestos em direção ao PT. Marilia brigou com Eduardo Campos em 2014. Decidiu ser deputada federal contrariando as articulações dele. Eduardo montou um palanque aqui que ia do DEM ao PCdoB. Apoiar uma candidata da família atrapalhava a chapa que ele montou. Aí ela rompeu — conta um dos aliados de Paulo Câmara.

O diretório com mais peso na Executiva é São Paulo, em que o governador Márcio França se divide em manter o acordo com o pré-candidato tucano Geraldo Alckmin ou apoiar Ciro Gomes.

— Na Executiva, Pernambuco tem mais peso. Mas tenho percebido um esforço grande de busca da unidade e de respeitar as questões locais. Lembre que na última eleição do PSB foi firmada uma posição de se alinhar com a centro-esquerda na disputa presidencial. Mas se abriu uma janela para França apoiar Alckmin. Só que parece que a opção de Alckmin por (João) Doria arranhou a relação com França — diz um interlocutor do governador Paulo Câmara.

O presidente nacional do PSB, Carlos Lupi, disse que não desistirá de buscar o apoio do PSB até o dia da reunião da Executiva Nacional do partido.

— A possibilidade de liberar existe, mas eu continuo com muita esperança de fechar uma aliança com o PSB para apoiar Ciro. Vamos continuar nessa luta para ter essa aliança com o PSB — disse Lupi.

Nas conversas dos últimos dias, Siqueira tem evitado se posicionar em relação a Ciro ou ao PT. Mas tem uma frase que explica a sinuca de bico do PSB:

— Na política não se faz o que a gente tem vontade. A gente faz o que é preciso.

Paraíba.com.br

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