Vaticano diz que rosário levado a Lula por consultor do papa foi abençoado por Francisco
O Vaticano divulgou duas nota de esclarecimento nesta terça-feira (12) para explicar que o rosário levado ontem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo advogado argentino Juan Garbois não foi enviado pelo papa Francisco, mas sim abençoado por ele. As matérias foram publicadas no site e nas redes sociais do VaticanNews, responsável pela comunicação oficial da Santa Sé.
O primeiro comunicado dizia que a visita de Grabois foi "pessoal e não em nome do Santo Padre" e que ele "nunca declarou que foi o Papa a enviar o terço". "Terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares", dizia o texto.
A primeira nota foi tirada do ar no final da tarde e substituída por uma nova, que segundo o VaticanNews corrigia "imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros". O segundo comunicado não dizia que a visita de Grabois foi pessoal, mas repetia que o rosário havia sido abençoado por Francisco. "Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado", diz a nova nota.
Ontem, logo após Grabois ser impedido de visitar Lula, o argentino afirmou em espanhol, durante entrevista coletiva na porta da PF, que o rosário havia sido abençoado pelo papa. Na tradução simultânea da entrevista, porém, um assessor do PT repassou aos jornalistas que o rosário havia sido "um presente do papa". Na ocasião, Grabois não corrigiu nem concordou com a declaração.
O argentino disse ainda que tentava transmitir "a palavra do papa Francisco" --sem especificar, no entanto, se era uma mensagem específica ao ex-presidente preso-- e se identificou como fundador do movimento dos trabalhadores excluídos e consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Segundo o VaticanNews, o Conselho agora faz parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Leia a íntegra da primeira nota divulgada pelo VaticanNews:
"O advogado argentino Juan Gabrois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos e ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, deu uma entrevista em sua tentativa de visitar o ex-presidente Lula na prisão de Curitiba, onde está detido há mais de dois anos meses. Grabois disse que a visita era pessoal e não em nome do Santo Padre. Ele não teve a permissão para se encontrar com Lula.
Na entrevista, ele nunca declarou que foi o Papa a enviar o Terço, mas simplesmente que se tratava de um Terço que tinha sido 'abençoado' pelo Papa. Terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares."
Leia também a íntegra da segunda nota divulgada pelo site:
"Corrigindo um nosso serviço precedente sobre o caso Grabois-Lula, devemos ressaltar que havia imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros. Abaixo apresentamos a notícia correta.
O advogado argentino Juan Gabrois é Consultor do ex-Pontifício Conselho Justiça e Paz, que passou a fazer parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e é o coordenador do encontro mundial dos movimentos sociais em diálogo com o Papa Francisco.
Grabois concedeu uma entrevista (https://youtu.be/A7F-C1Bi5Q0) depois de ter sido impedido de visitar o ex-presidente Lula no Cárcere de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses. Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado.
Grabois disse que está muito preocupado com a situação política no Brasil e em vários países da América Latina. Enfim, disse estar muito triste pela proibição de realizar esta visita, mas que o importante é ter conseguido levar a Lula o Terço".
PT muda versão sobre rosário entregue a Lula
Hoje, a assessoria do acampamento do PT em Curitiba informou que o rosário foi entregue a Lula por intermédio de seus advogados. Procurada, a assessoria de imprensa do PT nacional preferiu que a assessoria de Lula se manifestasse. A assessoria do ex-presidente informou que a "nota do Vaticano se baseia na fala de Grabois" na entrevista que ele concedeu ontem e que "a informação da origem do rosário [chegou ao partido] do próprio Grabois."
A assessoria do ex-presidente disse ainda que o texto nas redes sociais de Lula foi alterado "diante de informações contraditórias".
No perfil de Lula no Facebook, o episódio foi inicialmente noticiado como "Papa Francisco envia rosário a Lula". Hoje, o título do post e o texto dele foram alterados para a versão de que o objeto religioso fora, na realidade, "abençoado pelo papa".
No site oficial do PT, o texto que introduz vídeo da entrevista com o advogado diz: "Papa enviou um rosário ao ex-presidente e seu consultor foi impedido de visitar Lula na carceragem da PF onde Lula é mantido como preso político".
Hoje, também em nota, o ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil no Vaticano, Adriano Silva Pucci, informou que a pasta "desconhece a entrega de um terço ao ex-presidente Lula, supostamente em nome do Santo Padre."
O rosário foi entregue hoje na PF por Juan Gabrois, assessor do Papa Francisco para assuntos de Justiça e Paz, que foi impedido de visitar o presidente. https://t.co/
DKB0Yu9XnK
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 11 de junho de 2018
Advogado foi barrado
Grabois tentou visitar o ex-presidente na tarde desta segunda, mas, segundo ele, sua entrada foi impedida por autoridades da PF, que argumentaram que o consultor não poderia visitar o ex-presidente "por não ser um sacerdote consagrado".
Na sede da PF, o ex-presidente está autorizado a receber visitas para "assistência espiritual" às segundas-feiras. Segundo a corporação, o direito não é exclusivo de Lula e vale desde 2015 para presos no local.
Entre os visitantes que já se encontraram com Lula para "assistência espiritual" na prisão estão o teólogo Leonardo Boff, o religioso Frei Betto e o monge Marcelo Barros.
"Vim com muita esperança para trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e lamentavelmente, de forma um tanto inexplicável para mim, os funcionários da Superintendência, por uma ordem que entendi que vinha de cima, resolveram impedir a visita", disse Grabois em entrevista a jornalistas em frente à sede da PF.
"Todos os batizados têm uma missão, são discípulos religiosos e têm uma missão a cumprir, então me surpreende que os funcionários [da PF] não saibam disso", afirmou.
A primeira nota foi tirada do ar no final da tarde e substituída por uma nova, que segundo o VaticanNews corrigia "imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros". O segundo comunicado não dizia que a visita de Grabois foi pessoal, mas repetia que o rosário havia sido abençoado por Francisco. "Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado", diz a nova nota.
Ontem, logo após Grabois ser impedido de visitar Lula, o argentino afirmou em espanhol, durante entrevista coletiva na porta da PF, que o rosário havia sido abençoado pelo papa. Na tradução simultânea da entrevista, porém, um assessor do PT repassou aos jornalistas que o rosário havia sido "um presente do papa". Na ocasião, Grabois não corrigiu nem concordou com a declaração.
O argentino disse ainda que tentava transmitir "a palavra do papa Francisco" --sem especificar, no entanto, se era uma mensagem específica ao ex-presidente preso-- e se identificou como fundador do movimento dos trabalhadores excluídos e consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Segundo o VaticanNews, o Conselho agora faz parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Leia a íntegra da primeira nota divulgada pelo VaticanNews:
"O advogado argentino Juan Gabrois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos e ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, deu uma entrevista em sua tentativa de visitar o ex-presidente Lula na prisão de Curitiba, onde está detido há mais de dois anos meses. Grabois disse que a visita era pessoal e não em nome do Santo Padre. Ele não teve a permissão para se encontrar com Lula.
Na entrevista, ele nunca declarou que foi o Papa a enviar o Terço, mas simplesmente que se tratava de um Terço que tinha sido 'abençoado' pelo Papa. Terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares."
Leia também a íntegra da segunda nota divulgada pelo site:
"Corrigindo um nosso serviço precedente sobre o caso Grabois-Lula, devemos ressaltar que havia imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros. Abaixo apresentamos a notícia correta.
O advogado argentino Juan Gabrois é Consultor do ex-Pontifício Conselho Justiça e Paz, que passou a fazer parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e é o coordenador do encontro mundial dos movimentos sociais em diálogo com o Papa Francisco.
Grabois concedeu uma entrevista (https://youtu.be/A7F-C1Bi5Q0) depois de ter sido impedido de visitar o ex-presidente Lula no Cárcere de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses. Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado.
Grabois disse que está muito preocupado com a situação política no Brasil e em vários países da América Latina. Enfim, disse estar muito triste pela proibição de realizar esta visita, mas que o importante é ter conseguido levar a Lula o Terço".
PT muda versão sobre rosário entregue a Lula
Hoje, a assessoria do acampamento do PT em Curitiba informou que o rosário foi entregue a Lula por intermédio de seus advogados. Procurada, a assessoria de imprensa do PT nacional preferiu que a assessoria de Lula se manifestasse. A assessoria do ex-presidente informou que a "nota do Vaticano se baseia na fala de Grabois" na entrevista que ele concedeu ontem e que "a informação da origem do rosário [chegou ao partido] do próprio Grabois."
A assessoria do ex-presidente disse ainda que o texto nas redes sociais de Lula foi alterado "diante de informações contraditórias".
No perfil de Lula no Facebook, o episódio foi inicialmente noticiado como "Papa Francisco envia rosário a Lula". Hoje, o título do post e o texto dele foram alterados para a versão de que o objeto religioso fora, na realidade, "abençoado pelo papa".
No site oficial do PT, o texto que introduz vídeo da entrevista com o advogado diz: "Papa enviou um rosário ao ex-presidente e seu consultor foi impedido de visitar Lula na carceragem da PF onde Lula é mantido como preso político".
Hoje, também em nota, o ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil no Vaticano, Adriano Silva Pucci, informou que a pasta "desconhece a entrega de um terço ao ex-presidente Lula, supostamente em nome do Santo Padre."
O rosário foi entregue hoje na PF por Juan Gabrois, assessor do Papa Francisco para assuntos de Justiça e Paz, que foi impedido de visitar o presidente. https://t.co/
DKB0Yu9XnK
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 11 de junho de 2018
Advogado foi barrado
Grabois tentou visitar o ex-presidente na tarde desta segunda, mas, segundo ele, sua entrada foi impedida por autoridades da PF, que argumentaram que o consultor não poderia visitar o ex-presidente "por não ser um sacerdote consagrado".
Na sede da PF, o ex-presidente está autorizado a receber visitas para "assistência espiritual" às segundas-feiras. Segundo a corporação, o direito não é exclusivo de Lula e vale desde 2015 para presos no local.
Entre os visitantes que já se encontraram com Lula para "assistência espiritual" na prisão estão o teólogo Leonardo Boff, o religioso Frei Betto e o monge Marcelo Barros.
"Vim com muita esperança para trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e lamentavelmente, de forma um tanto inexplicável para mim, os funcionários da Superintendência, por uma ordem que entendi que vinha de cima, resolveram impedir a visita", disse Grabois em entrevista a jornalistas em frente à sede da PF.
"Todos os batizados têm uma missão, são discípulos religiosos e têm uma missão a cumprir, então me surpreende que os funcionários [da PF] não saibam disso", afirmou.
Uol
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