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Dólar sobe com pressão sobre emergentes; Ibovespa opera em queda

O mercado de câmbio não escapa da pressão sobre os emergentes nesta segunda-feira. O ambiente externo mais arisco, devido a disputa comercial entre Estados Unidos e China, afasta os investidores globais de ativos de risco, inibindo o alívio potencial das intervenções do Banco Central por aqui.

 

O real tem o quinto pior desempenho diário entre as principais divisas globais, seguindo de perto o bloco dos emergentes em meio aos riscos de guerra comercial. Os Estados Unidos anunciaram novas tarifas sobre importações da China, que já sinalizou uma retaliação. Com isso, o índice de volatilidade dos mercados acionários de emergentes salta 12,5% num claro sinal da deterioração do ambiente de negócios.

O ambiente local também não favorece uma resiliência contra o movimento externo. As incertezas com a política por aqui continuam elevadas. Desta vez, está no radar o pedido do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que a Segunda Turma da Corte julgue no dia 26 o novo recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pede a sua liberdade.

Operadores comentam que a expectativa é de que o petista continue preso e não tenha condições de disputar a Presidência. No entanto, por ser um dos líderes nas pesquisas de intenção de votos, fica o ambiente de cautela para qualquer decisão em torno do caso. "Até chegar a eleição, o Lula ainda precisaria vencer muitas batalhas, mas não dá para descuidar (desse tema) já que a eleição está muito incerta", diz um operador.

Diante das incertezas no radar, a intervenção do Banco Central traz alívio limitado ao mercado de câmbio. A autoridade monetária iniciou, mais cedo, a nova etapa de seu programa de swaps cambiais com a venda de 20 mil contratos novos, equivalentes a US$ 1 bilhão. Para esta semana, o BC estima oferecer cerca de US$ 10 bilhões em contratos de swaps, depois de vender US$ 24,5 bilhões entre 8 e 15 de junho. O montante poderá ser ajustado para cima ou para baixo, dependendo das condições de mercado, informou a autoridade monetária na última quinta-feira.

Por volta das 15h27, o dólar comercial subia 0,15%, a R$ 3,7357. O contrato futuro para julho, por sua vez, tinha alta a 0,12%, a R$ 3,7400.

Bolsa

Após chegar a cair quase 2% depois da abertura, o Ibovespa reduziu o ritmo de perdas e oscila ao redor dos 70 mil pontos. A melhora no desempenho dos papéis da Vale ajudou a suavizar a trajetória de perdas do índice, mas o clima pesado no exterior e a falta de novidades positivas no cenário local continuam deixando os investidores na defensiva.

Por volta de 15h28, o Ibovespa operava em queda de 0,81%, aos 70.184 pontos, mas, na mínima do dia, atingiu os 69.360 pontos (-1,98%).

Vale ON (-0,04%) permanece em queda, mas apresenta desempenho bem menos negativo que o verificado na primeira hora de sessão, quando chegou a recuar 2,58%. As ações da mineradora têm giro de R$ 547 milhões, ou 19% do montante de negociações do índice.

"Alguns estrangeiros aparecem na ponta compradora de Vale, talvez em função do vencimento", diz um operador que prefere não ser identificado, ressaltando que Morgan Stanley e Bank of America Merrill Lynch são as instituições estrangeiras com maior atuação de compra nas ações da mineradora.

Apesar dos papéis da Vale terem suavizado sua trajetória de queda, as demais blue chips do Ibovespa seguem com desempenho amplamente negativo, caso de Petrobras PN (-1,8%), Itaú Unibanco PN (2,2%) e Bradesco PN (-2,84%), pressionados pela crescente aversão ao risco dos investidores globais, em meio às tensões comerciais entre EUA e China.

"Além do vencimento de opções, as bolsas lá fora não ajudam e as moedas emergentes estão sofrendo, não há nada positivo [para o Ibovespa]", diz o operador. Internamente, a incerteza política segue pressionando o mercado -- os investidores mostram receio com a notícia de que a Segunda Turma do STF irá julgar, no dia 26, um novo recurso do ex-presidente Lula pedindo sua liberdade.

Ações expostas ao consumo doméstico apresentam os piores desempenhos na sessão de hoje -- uma possível retomada no ciclo de altas da Selic na reunião desta semana não está descartada pelo mercado, em meio ao avanço do dólar ante o real. Smiles ON (-4,06%) lidera as quedas do Ibovespa, seguido pelas units da Via Varejo (-3,8%) e B2W ON (-3,6%).

Juros

A expectativa de manutenção da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), cujo anúncio será feito na quarta-feira, ganha força e aos poucos a curva de juros vai se adaptando a esse cenário.

No fim da sexta-feira, diante da escalada do dólar durante a semana seguindo o movimento global e os riscos domésticos, a curva de juros precificava ainda alta de 0,2 ponto percentual já na próxima reunião. Hoje, os vencimentos mais curtos dos DIs (janeiro/2019, janeiro/2020 e janeiro/2021) seguem em trajetória de baixa e a probabilidade vai ficando menor. Os mais longos, por outro lado, ainda embutem os riscos futuros da economia local.

A expectativa de 44 dos 45 economistas ouvidos pelo Valor é de manutenção da Selic em 6,5%, sendo que a maioria (40) não espera nenhuma mudança em 2018.

Nesta segunda, DI janeiro/2019 tem taxa de 7,22% (7,3% no ajuste anterior); DI janeito/2021 é negociado a 9,94% (9,98% no ajuste anterior); DI janeiro/2025 está em 12,04% (11,98% no ajuste anterior); DI janeiro/2027 tem taxa de 12,39% (12,35% no ajuste anterior).

Valor

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