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Público cai após aumento de preço dos ingressos, mas Corinthians não vê ligação

Timão vendeu 23 mil ingressos antecipadamente para a partida contra o Vitória, nesta quinta-feira


 
O Corinthians anunciou na noite da última quarta-feira que 23 mil ingressos foram vendidos para a partida contra o Vitória, às 19h30 desta quinta, em Itaquera, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O número é bom para os padrões nacionais, mas abaixo da média corintiana.

Para efeito de comparação, 32.352 corintianos estiveram presentes na eliminação para o Internacional na Copa do Brasil do ano passado.

O duelo contra o Vitória não é exceção. Pelo contrário, reforça uma tendência recente. Os dois piores públicos da Arena Corinthians na Libertadores foram registrados justamente nas partidas deste ano, contra Deportivo Lara (31.524) e Independiente (34.287).

Mas por que isso está acontecendo?

Nas redes sociais, muitos torcedores reclamam do aumento do preço dos ingressos. Em março, o Timão aumentou os valores de face dos bilhetes, mas também passou a oferecer descontos maiores a membros do programa Fiel Torcedor e para quem faz a compra pela internet. O reajuste, porém, não vale para a Copa do Brasil.

O Corinthians nega que haja realação entre o aumento nos preços dos ingressos e a queda de público. O clube lembra que vem numa longa sequência de jogos em casa, o que dificulta a presença dos torcedores em todos os jogos.

Além disso, o Timão argumenta que o valor médio dos bilhetes não aumentou em relação aos últimos anos. De fato, a variação é pequena. Porém, se justamente os ingressos mais caros ficam encalhados na bilheteria, o preço do "ticket médio" é pouco afetado.

Para Fernando Fleury, PhD em pesquisa de mercado e marketing esportivo e sócio diretor da Armatore Market + Science, o valor dos ingressos influencia na queda do público, mas não é o único motivo.

– Preço influencia? É claro que sim, ainda mais na fase econômica que o país está. Além disso, a partida concorre com ela mesma, que é transmitida na TV, e também com outros jogos no mesmo horário. E até outros esportes e outras opções de entretenimento. Aí entra conforto, comodidade, segurança, como eu vou e como eu volto do estádio. Não é apenas o preço. Há uma série de variáveis que influenciam na demanda do público nos estádios – comentou.

Fleury lembra que o Corinthians chegou às finais do Paulistão e desde o ano passado vem tendo diversos jogos importantes em casa. Muita gente não consegue acompanhar esse ritmo. É o caso de Luan Muniz, técnico em automação e torcedor da equipe.

– Logo que inaugurou a Arena, eu conseguia ingresso de setor Leste Inferior por R$ 50 ou R$ 60. Eu queria levar minha mãe ao jogo contra o Palmeiras, domingo, que é Dia das Mães, mas não dá. Está R$ 85! Não dá mais para ir direto nos jogos como era na época do Pacaembu – afirmou.

E por que não reduzir o preço e atrair mais público?

– As pessoas esquecem dos custos de operação. É preciso de mais gente trabalhando na segurança, orientação e limpeza quando o estádio está lotado. Por outro lado, há um ganho em campo que talvez seja mais interessante. É aí que o clube tem que fazer um trabalho sério, não é uma análise tão simples ou fria de fazer – explica Fleury.

Houve setores da arena cujos ingressos tiveram aumento de até 30%. Os novos preços dos ingressos do Corinthians começaram a ser discutidos ainda no ano passado, e foram aprovados pela gestão do presidente Andrés Sanchez, que tem o diretor de marketing, Luiz Paulo Rosemberg, à frente destes assuntos.

A média de público do Corinthians em 2018 é de 30.545. O clube já arrecadou R$ 22 milhões em bilheteria nesta temporada, valor destinado integralmente ao fundo responsável pelo pagamento do financiamento da obra da Arena.

Globo Esporte

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