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Ibovespa cai apesar de Petrobras e Vale; dólar supera 3,63

O Ibovespa virou e passou a cair nesta segunda-feira, apesar do bom desempenho de Petrobras e Vale. As boas perspectivas do mercado em relação ao acordo de cessão onerosa, somadas à valorização do petróleo e do minério de ferro, fazem com que as duas blue chips apareçam entre as principais altas do índice.


 
Por volta de 14h03, o Ibovespa caía 0,40%, aos 84.876 pontos, mas chegou a superar os 86 mil pontos na máxima do dia, aos 86.105 pontos (+1,04%).

Petrobras ON (+4,04%) está entre os maiores ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, dando continuidade às fortes altas verificadas desde a semana passada. Petrobras PN sobe 2,56%.

Os papéis reagem à expectativa, por parte de investidores, de que os debates entre a União e a estatal quanto ao acordo de cessão onerosa tenham um desfecho positivo para a estatal ainda nesta semana. A 11ª reunião da Comissão Interministerial da Cessão onerosa está prevista para hoje, entre 14h30 e 16h30.

Além disso, o cenário externo ajuda a impulsionar ainda mais as ações da Petrobras. Lá fora, as bolsas americanas operam no campo positivo e as cotações do petróleo aumentam -- o Brent para julho sobe 1,35% e o WTI para junho tem alta 0,55%.

A valorização das commodities também beneficia Vale ON (+2,41%): o minério de ferro fechou em alta de 2,24% no porto de Qingdao, na China, a US$ 68,93, a maior cotação desde 16 de março.

Ainda na ponta positiva, destaque para Suzano ON (+4,01%), impulsionada pela valorização do dólar ante o real, e para CSN ON (+2,59%) -- a siderúrgica divulga seus resultados trimestrais hoje, após o fechamento dos mercados.

No lado negativo, EDP Energias do Brasil ON (-11,92%) apresenta o pior desempenho do Ibovespa, após ter avançado 15,5% na sexta-feira. Segundo o BTG Pactual, havia a expectativa de que a oferta de compra da chinesa CTG pela portuguesa EDP fosse ampliada para a subsidiária brasileira, o que ainda não ocorreu.

Estácio ON (-8,31%), Qualicorp ON (-6,24%) e Fleury ON (-4,03%) também aparecem entre as maiores perdas do dia.

Dólar

O dólar começa a semana renovando sinais de que tem fôlego para subir ainda mais. Pelo menos no Brasil. Após uma abertura mais tranquila, sob efeito dos ajustes do BC nos leilões de swap cambial, as compras voltaram a ganhar força. E aceleraram após a divulgação de nova pesquisa eleitoral, que mostrou enfraquecimento da ala de centro, vista como mais propensa às reformas econômicas.

Às 13h45, o dólar comercial subia 0,89%, a R$ 3,6330. Em maio, o dólar já se valoriza 3,5%, enquanto ganha 9,4% no acumulado do ano.

Nesta segunda-feira, o real é a moeda com terceiro pior desempenho do dia, melhor apenas que peso chileno e que o combalido peso argentino, que desaba mais 6,6% apenas hoje, para novas mínimas históricas.

Mais cedo, o dólar chegou a cair 0,77% ante o real, para a casa de R$ 3,57. O mercado analisava as mudanças nos leilões de swaps cambiais, anunciadas pelo BC na noite de sexta-feira. No novo formato, o BC antecipou em uma semana (para hoje) a colocação de dinheiro "novo" no mercado (colocação líquida de swaps cambiais). E deve elevar, até o fim do mês, em cerca de US$ 200 milhões (de US$ 2,805 bilhões para US$ 3 bilhões) a injeção de liquidez.

Mas, como no anúncio do formato anterior de leilões, o efeito sobre o câmbio teve vida curta. E a reação do dólar reforça teses de alguns especialistas de que o Banco Central deveria ser mais incisivo nas atuações, já que há forte demanda por proteção cambial no mercado futuro - mesmo que, no mercado à vista, haja sobra de moeda.

Mas a necessidade de reforço nas intervenções não é consenso. "Acho, sim, que o BC precisa atuar, mas fazer programa de swap, por exemplo, vejo como excessivo", diz Marco Caruso, economista do Banco Pine.

O real tem se depreciado junto com outras moedas emergentes, mas a queda da divisa brasileira tem sido mais intensa que a média. E, para analistas, isso se deve também à perspectiva de aumento da volatilidade por causa das eleições.

Em nova indicação da sensibilidade do mercado ao tema, o dólar ampliou os ganhos após a divulgação dos resultados da sondagem CNT/MDA para Presidência da República. Análise do Valor traz que a única novidade da nova pesquisa é o enfraquecimento de Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano caiu tanto na pesquisa espontânea quanto na estimulada. Perde para Jair Bolsonaro, Marina Silva e Ciro Gomes na simulação de segundo turno e vê sua rejeição subir 5 pontos percentuais.

Enquanto isso, em simulações sem o ex-presidente Lula, Ciro - candidato malvisto pelo mercado - é o único que ganha terreno.

Juros

Os juros futuros intensificam a alta ao longo da segunda-feira, sinalizando o ambiente mais adverso para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira.

O avanço das taxas afeta, praticamente, todos os vencimentos da curva de juros. E numa evidência desse mercado mais pressionado, as taxas voltam a operar em dois dígitos em prazos mais longos. O DI janeiro de 2025 sobe 10 pontos-base, para 10,090%.

O DI janeiro/2019 subia a 6,380% (6,315% no ajuste anterior); o DI janeiro/2020 avançava a 7,420% (7,290% no ajuste anterior); o DI janeiro/2021 operava em alta a 8,490% (8,370% no ajuste anterior); o DI janeiro/2023 subia a 9,620% (9,510% no ajuste anterior); e o DI janeiro/2025 era negociado a 10,090% (9,980% no ajuste anterior).

Valor

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