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Chinês procurado pela PF obtinha dinheiro da 25 de Março para pagar propina a políticos, diz investigação

Wu-Yu Sheng participava de esquema chamado 'operação dragão' da empreiteira Odebrecht. Ele teria movimentado R$ 110 milhões entre 2014 e 2016.


O comerciante chinês Wu-Yu Sheng, cujo mandado de prisão foi expedido nesta quinta-feira (3) na operação “Câmbio, Desligo”, no âmbito da Lava Jato, era responsável por obter dinheiro em espécie do comércio da 25 de Março, no Centro de São Paulo. As notas, por sua vez, eram usadas pela empreiteira Odebrecht para pagar propina a políticos.

Segundo o Ministério Público Federal, a Odebrecht chamava o esquema que envolvia Wu-Yu de “operação dragão”. Ele teria movimentado cerca de R$ 90 milhões entre 2011 e 2014, e R$ 110 milhões entre 2014 e 2016.

Wu-Yu teria se mudado para Miami, de onde continuaria a operar o esquema, por isso não foi encontrado em seu endereço no Brasil.

Segundo o delator Hilberto Mascarenhas, ex-executivo da Odebrecht, o advogado Rodrigo Tacla Duran conseguia dinheiro em espécie para pagar propina a políticos brasileiros com o chinês Wu-Yu, que atuava no comércio popular da região da 25 de Março, em São Paulo (Centro).

Outro delator, Vinícius Veiga Borin, detalhou em depoimento que Wu-Yu “tinha atividades ligadas a trading, e sua família tinha supermercado”, e que negociava as notas com outros comerciantes chineses da mesma região.

De acordo com as investigações, Wu-Yu entregava o dinheiro em espécie a um funcionário da Odebrecht, e, em troca, a empreiteira depositava o equivalente em dólares em uma das suas quatro contas em paraísos fiscais, em nome de laranjas. Junto com o pagamento, ele ganhava comissões.

Os suspeitos integravam um sistema chamado Bank Drop, no qual doleiros remetem recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”. O “dólar-cabo” é o modo de envio de dinheiro para o exterior que não passa pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central. Utilizam-se preferencialmente depósitos em contas.

Ao Fantástico do último dia 29 de abril, o advogado de Wu-Yu Sheng afirmou que não havia sido chamado para se manifestar nas investigações da Lava Jato, e que o supermercado da família, na região da Liberdade (Centro), não é objeto de investigação.

G1

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